Emagrecer não é como cortar o cabelo, trocar de roupa ou mesmo fazer cirurgia. É um processo de mudança comportamental que requer uma transformação interior na nossa forma de lidar com o alimento. O problema é que isso não ocorre de uma hora para a outra, mas com persistência em criar hábitos saudáveis e eliminar os nocivos aos poucos. Justamente por ser um processo, necessita de uma transição que deve ser realimentada na nossa cabeça todos os dias. Dessa forma, é possível que não reconquistemos os quilos que perdemos, pois quando nos dermos conta, já mudamos mesmo sem perceber.
Porém, como vivemos numa sociedade imediatista, onde tudo é rápido e efêmero, também queremos soluções mágicas. Em um mundo obcecado pelo desejo de magreza, não me admiro que apenas nos Estados Unidos a indústria de dietas e tratamentos fature 50 milhões de dólares por ano. As soluções milagrosas fazem sucesso, pois transferem a responsabilidade do compromisso da mudança da pessoa para a pílula ou dieta da moda. As pessoas são atraídas pela solução sem esforço, sem um processo de transformação interior; é uma forma de colocar a bússola da sua vitória nas mãos de outra pessoa ou de um remédio milagroso. Infelizmente, esse tipo de recurso não dura, pois nenhuma das dietas da moda ou das pílulas emagrecedoras nos ensinam a comer corretamente e muito menos a manter nosso corpo sem os quilos que elas nos fazem perder.
A maioria das dietas da moda funciona momentaneamente, mas como não gera um processo de mudança gradual e natural, a pessoa volta a engordar, alternando a frustração com a euforia da descoberta de uma nova solução milagrosa.
Algumas dietas não funcionam a longo prazo pois o excesso de privação e proibição começa a incentivar ideias fixas sobre comida, que, na melhor das hipóteses, farão a pessoa ter alguns episódios de comilança exagerada e, na pior, podem levar a sérios transtornos alimentares. Ou seja, a privação e a proibição exageradas muitas vezes levam à compulsão. Por um lado, a ideia de aprender a lidar com o desejo é fundamental no caso da alimentação. Por outro, com as fórmulas emagrecedoras, embora a pessoa não se dê conta dessa privação, ela perde totalmente a capacidade de perceber a sua própria fome, e quando parar de tomar o remédio e a fome voltar, não terá aprendido a lidar com ela. Por isso, a maioria das pessoas que emagrecem voltam a ganhar peso, às vezes até mais do que perderam.
Tome muito cuidado, antes de ler alguma propaganda na internet ou em revistas, antes de comprar qualquer medicamento dito "natural", tente se informar o máximo possível sobre as substâncias que contém, lembrando que, algumas substâncias nem constam na lista de ingredientes.
Sempre desconfie de profissionais que promovem resultados rápidos por meio de fórmulas ou de tratamentos milagrosos, caros e sem comprovação científica. A mudança de hábitos alimentares associada a um programa de exercícios é a sua maior aliada. E mesmo quem não pode se exercitar conseguirá emagrecer se mudar os hábitos alimentares e também ingerir menos calorias do que gasta.
Detalhe: endocrinologista NÃO É nutricionista, ok? O único profissional capacitado a prescrever uma dieta é um nutricionista. E o único que pode prescrever um treino ideal para você é um educador físico e não aquele seu amigo que malha há anos e se auto intitula "personal trainer".
Sua saúde é o bem mais precioso que possui. Não brinque com ela.
Com paciência e orientação de bons profissionais você consegue seu objetivo.
Lembre-se: Determinação, foco, paciência.
Beijos.
Gislane
Texto adaptado do livro: Comer para emagrecer: Uma filosofia nutricional - Bia Rique.
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